sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Juliet Marillier





Foi graças à Juliet Marillier que comecei a gostar de fantasia. Talvez por ter raízes celtas, que a influenciaram muito nas suas histórias, tenho quase a certeza que ela tem sangue de elfo ou de outros seres encantados, que povoam as florestas da Irlanda. Para mim, a Juliet tem qualquer coisa de mágico na maneira como escreve. É a única escritora que tem a capacidade de me fazer andar sempre a pensar na história do livro, ou nas personagens, e que me faz esquecer de tudo o que me rodeia. Com os livros da Juliet, quero sempre ler mais e mais, e no entanto, ao mesmo tempo não quero avançar, porque depressa chego ao fim e fico com uma pena enorme de saber que aquele mundo mágico acabou. É sempre um grande dilema para mim. Fico sempre com saudades.
A escrita é bastante fluída, bem estruturada, são histórias narradas na primeira pessoa, com personagens fortes, bem construídas, com uma profundidade que as torna tão próximas de nós. A Juliet é verdadeiramente uma contadora de histórias fantástica e espectacular.

Comecei por ler A Filha da Floresta que é o 1º livro daquilo que foi inicialmente uma trilogia, a trilogia de Sevenwaters. Esta Trilogia é constituída  por A Filha da Floresta, o Filho das Sombras e A Filha da Profecia. Posteriormente, por motivos editoriais, escreveu O Herdeiro de Sevenwaters e A Vidente de Sevenwaters. Li, também As Crónicas de Bridei, que também é uma trilogia constítuida por O Espelho Negro, A Espada de FortriuO Poço das Sombras. O Sangue do Coração é uma história independente, não está ligada a nenhum dos livros anteriores, mas é também um excelente livro.
Nota-se uma alteração na escrita a partir do Herdeiro de Sevenwaters, porque foram livros escritos "a pedido" da editora, para serem mais Young Adults, e por isso perde-se um pouco do brilho que os outros têm.

Vou deixar aqui, apenas a minha opinião dos meus livros preferidos da Juliet Marillier.

Opinião:
A Filha da Floresta conta-nos a história de uma rapariga, a Sorcha, e dos seus seis irmãos, Liam, Diarmid, Cormack, Conor, Finbar e Padriac, que vivem num lugar, na velha Irlanda, rodeado de florestas encantadas e seres mágicos. Presos num feitiço lançado pela madrasta, os seis rapazes ficaram transformados em cisnes, e cabe a Sorcha, sem poder falar com ninguém, libertar os irmãos do feitiço. Porém, a meio da tarefa, Sorcha é raptada por inimigos e levada para uma terra longínqua.
Este livro não começa por ser uma história de amor, mas acaba por o ser. É uma história de amor, entre irmãos e entre duas pessoas com interesses e vidas diferentes. É uma história de coragem, onde uma criança é obrigada a crescer pelos piores motivos, e tornar-se adulta. É também uma história de amizade. Este livro fez-me sorrir, chorar, e reflectir nas mensagens profundas que transmite.

O Filho das Sombras é a continuação da Filha da Floresta, onde as personagens principais são os filhos de Sorcha e Red. A Irlanda está agora em guerra e as costas são atacadas por inimigos. Liadan, herdou os talentos curativos da mãe e os espíritos da floresta avisam-na que para ganharem a guerra e as ilhas sagradas, ela não poderá sair de Sevenwaters. Entretanto, Liadan é capturada pelo Homem Pintado, que é um feroz e terrível mercenário. Porém, este acaba por se revelar completamente diferente do que as pessoas contam. Liadan tem a tarefa de evitar que a maldição caia sobre Sevenwaters, e ao mesmo tempo vai tentar ser feliz.
Com este livro, fiquei a adorar ainda mais esta escritora. Mais uma vez leva-nos para um mundo mágico, envolve-nos na teia de acontecimentos, rimos, choramos com as personagens e simplesmente não podemos largar. Liadan e Bran são para mim, junto com Sorcha, personagens fantásticas, profundas, exemplos de coragem e esperança.

As Crónicas de Bridei passam-se na Escócia no século VI. São baseadas em histórias reais sobre os pictos que viveram na Escócia antiga, antes de serem completamente cristianizados. O Espelho Negro conta-nos a história de uma rapaz de quatro anos que é enviado a Broichan, um poderoso druida do reino de Fortriu, com quem aprenderá a ser um homem erudito, um estratega e um guerreiro. Bridei desconhece que a sua formação obedece ao desígnio de um concelho secreto de anciãos e que está destinado a desempenhar um papel fundamental no destino do instável reino de Fortriu. Entretanto, aparece na vida do rapaz, uma menina especial, Tuala, com quem ele se identifica logo em criança mas, que mais ninguém gosta. Estas duas crianças crescem, amadurecem e lutam contra tudo e todos para serem felizes. A Espada de FortriuO Poço das Sombras são a evolução/continuação do primeiro livro.
Gostei mais do segundo e do terceiro livro, porque o primeiro é muito parado, sendo por vezes difícil envolver-nos completamente, como é habitual nos livros da Juliet. Funciona como uma introdução à história. No segundo livro, a história é mais romântica e transmite-nos a lição que devemos sempre lutar pelo que queremos, contra tudo e contra todos. O Poço das Sombras, para mim é o melhor dos três. Adorei as personagens. Faolan, junto com Eile, são personagens que nos marcam, com personalidade forte, que às vezes pensamos se não serão mesmo reais. Com muita mais acção, sempre bem encadeada, toca no coração e envolve-nos de uma maneira que é impossível largar o livro antes de acabar. Ensina-nos a nunca desistir, mesmo quando tudo parece mau à nossa volta. Transmite esperança, força e coragem.
A única coisa de negativo nesta trilogia foi a tradução. No entanto, nota-se já no terceiro, uma melhoria.

Nota (escala de 1 a 10): Para A Filha da Floresta, O Filho das Sombras e O Poço das Sombras sou obrigada a dar 10. Aos restantes dou 8.

IrishGirl

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