quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Os Pilares da Terra















 
 
Autor: Ken Follett
Editora: Editorial Presença
Páginas: 498 + 596
ISBN: 978-972-23-3788-5 e 978-972-23-3819-6
 
Sinopse:
Na Inglaterra do século XII, Tom, um humilde pedreiro e mestre-de-obras, tem um sonho majestoso – construir uma imponente catedral, dotada de uma beleza sublime, digna de tocar os céus. E é na persecução desse sonho que com ele e a sua família vamos encontrando um colorido mosaico de personagens que se cruzam ao longo de gerações e cujos destinos se entrelaçam de formas misteriosas e surpreendentes, capazes de alterar o curso da história. Recheado de suspense, corrupção, ambição e romance, Os Pilares da Terra é decididamente a obra-prima de um autor que já vendeu 90 milhões de livros em todo o mundo.
 
Opinião:
Os Pilares da Terra, obra mais famosa de Ken Follett, já adaptada à televisão, é editada em Portugal pela Presença em dois volumes. Esta crítica será feita à obra completa.
 
Em jeito de introdução, refiro que não vi a série. Temos, aqui falo pelos 2, por norma adiar as versões tv/cinema, para ver apenas após termos lido as obras que nos interessam.
 
Os Pilares da Terra não foi o primeiro livro que li de Follett. No ano passado li o Voo Final e gostei bastante. Passo seguinte, ler a sua obra de maior relevo. Sendo eu agnóstico, ler um livro sobre a construção de uma catedral não é à partida o tema mais apelativo mas, se a obra é boa lemos sobre qualquer assunto.
 
O livro em si é bom, mas na minha opinião, não é uma obra-prima. É um livro no qual a sua extensão simboliza o tempo de construção de uma catedral, e apesar das suas 1100 páginas lê-se rapidamente, pois tem uma escrita muito fluída, sem grandes floreados, parágrafos curtos e muitos diálogos.
 
O aspecto mais positivo é que nos consegue manter interessados do princípio ao fim. A história gira à volta de um número relativamente pequeno de personagens e Follett consegue transmitir sentimento através delas. O leitor gosta ou não delas, mas certamente não lhes fica indiferente. São é, parece-me, demasiado estereotipadas e não se verifica grande evolução nas suas personalidades ao longo da obra.
 
Uma obra com esta extensão tem os seus perigos, e o autor cai no erro de ir preenchendo o livro com espaçados momentos marcantes, que em virtude do conhecimento que vamos ganhando do carácter das personagens tornam-se, lá para meio do livro, demasiado previsíveis e por vezes parece que andamos a oscilar de acontecimentos em que tudo corre bem para outros em que tudo corre mal. São tão marcantes esses momentos, que ficamos a pensar no que se passará nos hiatos temporais não descritos no livro. Dá a sensação de hibernação na vida das personagens durante esses períodos.
 
Um destaque para os meus momentos favoritos. Os "milagres" religiosos são absolutamente deliciosos.
 
O momento que mais me desagradou, e já tendo conhecimento da carga sexual nas obras de Follett, nesta ele conseguiu criar o "salto para a cama de outra" mais rápido e incompreensível que já li (não digo mais por causa dos "spoilers"). E sim Ken já sabemos que a Aliena tem uns peitos grandes, não é necessário estares a lembrar 30 em 30 páginas.
Imagino a dificuldade que não terá tido o autor em escrever uma obra na qual a personagem principal leva o celibato e a castidade ao extremo.
 
Apesar de ter gostado da leitura, não me sinto para já tentado a ler a continuação (O Mundo sem Fim). Irei sim investir numa das suas obras do género policial de espionagem, que é onde me parece que o autor se sente mais à vontade.

Nota (escala 1 a 10): entre 6 e 7, portanto 6,5

TheKhan

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