quarta-feira, 6 de março de 2013

A Ignorância do Sangue

 

Autor: Robert Wilson

Editora: Publicações Dom Quixote
Páginas: 423
ISBN:  9789722038461
SérieJavier Falcon 4 of 4
 
Sinopse:
A abrasadora cidade de Sevilha ainda está a recuperar de um chocante e ainda não solucionado ataque terrorista quando um violento e espectacular acidente de carro faz incidir a luz sobre outra ameaça. Um gangster morto e uma mala cheia de dinheiro significam que a máfia russa se encontra no caminho do Inspector Jefe Javier Falcón.

À medida que emerge uma intensa guerra entre bandos rivais, Falcón encontra-se, assim como aqueles que lhe estão mais próximos, no centro da disputa e vê-se como alvo de forças letais subitamente desencadeadas. Perante um ataque tão brutal, Falcón decide retaliar com uma impiedade que o surpreende tanto quanto aos seus adversários… mas que terá um desenlace trágico.
 
Opinião:
Antes de mais quero transmitir a minha relação de necessidade mas ódio com as sinopses dos livros. Necessidade porque quando não conhecemos, temos de as ler para ter uma ideia do livro em si. Ódio porque muito vezes ou contam demasiado da história ou criam determinadas expectativas que não se vêm a confirmar. Neste livro, andei as últimas páginas a aguardar um acontecimento que não se veio a verificar.
 
A Ignorância do Sangue é o quarto livro da série sobre o Inspector Chefe, de Sevilha, Javier Falcón. E sendo o último, deixa-nos com um certo amargo de boca pois Falcón é um personagem muito bem conseguido, extremamente complexo, psicologicamente debilitado pela infância e os acontecimentos que vão se desenrolando nos livros anteriores. E por falar nas obras anteriores, é imperioso ler na ordem pela qual foram escritos, pois estão completamente interligados e a história desenvolve-se ao longo dos 4 livros.
 
O que nos marca nos livros Robert Wilson é a brutalidade dos acontecimentos. A descrição dos acontecimentos que antecedem o 1º capítulo, de A Ignorância do Sangue, é exemplo disso mesmo, está maravilhosamente escrita e prepara-nos para aquilo que vamos ler. Para Wilson não há "paninhos quentes", os crimes são de uma crueza enorme, de uma realidade destapada. São descritos de uma forma que parece que o autor quer partilhar o desequilíbrio psicológico da personagem principal com o leitor.
 
O livro tal como os restantes da série, é passado maioritariamente nas ruas de Sevilha, no seu característico calor abrasador, o ritmo da escrita é como o tempo, sufocante. A obra decorre num espaço de tempo de uma semana, os acontecimentos sucedem-se uns atrás dos outros, não há tempo para descansar, nem para Falcón nem para o leitor.
 
Considero que todos os livros tem uma altura em que não os queremos largar, a fase em que consideramos que já estamos totalmente focados na história e que já só queremos ler mais e mais para ver como acaba. Neste livro em particular aconteceu-me a 150 páginas do fim. Na altura pareceu-me um pouco cedo e acabou por assim se revelar, o livro tem um final dividido em duas partes. Para mim a história peca em alargar-se demasiado. Existe um pedaço desta, a segunda parte do desfecho, que eu considero como sendo lateral e acrescenta pouco ao resto da trama. No fundo e sem querer "abrir o livro" preferia que a história tivesse ficado só pelos espanhóis, russos e americanos.
 
Curiosidade: o autor é proprietário de uma quinta no Alentejo, e pelo que tenho como informação divide o seu tempo entre Inglaterra e Portugal.
Na sua obra tem dois livros passados no nosso país, o Último Acto em Lisboa, que já li e recomendo vivamente, e A Companhia de Estranhos que vai ser uma das minhas aquisições da próxima Feira do Livro de Lisboa.
 
Robert Wilson é um dos bons autores de romances policiais modernos.
 
Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan
 

 


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