domingo, 30 de junho de 2013

Rush - Michel Vaillant
















 
 
Título: Rush
Autor: Jean Graton
Editora: Le Lombard ou Graton Editeurs
Páginas: 46
Colecção: Michel Vaillant nº22
ISBN: 9782870980583
 
Depois da apresentação dos álbuns do Michel Vaillant passados em Portugal, está na altura de apresentar aqui o meu álbum favorito da colecção, aquele que mais preencheu o meu imaginário de adolescente e que por isso mesmo o tenho nas versões francesa e portuguesa.
 
Rush antes de mais, é o nome dado ao modelo da viatura que a Vaillante criou para aquela que seria a "Prova do Século", o Raid Canadá - Terra do Fogo.

Uma prova de uma dureza impiedosa, que liga a cidade Canadiana de Whitehorse a Ushuaia, atravessando o continente Americano, em três semanas, num total de 22.795 km, divididos em 15 etapas. Uma prova que faria o Dakar dos nossos dias parecer uma prova de meninos de coro.

Etapas de rally antigo, com um tempo de objectivo, algumas delas de 24h e superiores a 2000km. Nos mais variados terrenos e países, desde as estradas carregadas de neve do Canadá, às estradas em bom estado para rolar dos EUA, as montanhosas e áridas do México, a Guatemala, Honduras,

Nicarágua, Costa Rica e para terminar o percurso Norte-Americano, a terrível subida ao Cerro de la Muerte, a uma altitude de 3491 metros, acolhidos por uma chuva diluviana à entrada do Panamá.
O percurso é tão duro que só 72 dos 120 concorrentes embarcam para atravessar o canal do Panamá.

Se no Norte o percurso não era fácil, na América do Sul não é melhor. À entrada da Colômbia, em Buenaventura, o dilúvio continua, acompanhados de estradas miseráveis e assim se mantém até à chegadas dos Andes. Aí a chuva pára, mas se o piso é bom, os pilotos têm de se preparar para estradas que sobem constantemente com curvas e contra-curvas até atingir uma altitude de 4000 metros. Entra-se no Equador, e se se pensava que as estradas seriam melhores e os terrenos menos destrutivos eis não quando aparecem novos contratempos, as vacas e ovelhas que constantemente ocupam o meio da estrada e que atrasam irremediavelmente os primeiros concorrentes. E então dá-se a passagem pelo Perú, a caminho da Bolívia, encontra-se a etapa mais difícil de toda a prova, atravessar o Paso Ticlio, a 4884 metros de altitude onde os pilotos necessitam de capacetes com assistência de oxigénio para respirarem.
Depois é a descida dos Andes, atravessando a Argentina, a caminho de Santiago do Chile por estradas de paisagens verdadeiramente de outro planeta.

À chegada à ultima etapa, a terminar em Ushuaia, o número de concorrentes é tão pequeno que já não provoca filas de trânsito e quando se espera uma especial mais calma, sem grandes problemas, é quando a trama do livro se resolve. Sim porque se o percurso foi complicado os concorrentes não são melhores.
 
Neste livro, sendo uma prova mundial, temos a oportunidade de apreciar o aparecimento de inúmeras personagens de livros anteriores. A Vaillante apresenta 2 Rush para as duplas Michel Vaillant e o piloto "real" François Cevert, bem como Warson e Chuck Danver de "Mach 1 para Steve Warson". A equipa é também composta por mais 5 "Commando GTC", 3 de equipas de rally reais e 2 para a ex-equipa maldita Texas Drivers, onde um dos carros é pilotado por Donald Payntor de "Suspense em Indianapolis" e Roy Johnson de "O 8º Piloto".
 
Quem se encontra também à partida são os primos Betty e Bobby de "5 Filles dans la Course!" ao volante de um Ford GT70 e os irmãos Roberto e Ricardo, irmãos de Judith de "Massacre pour un Moteur" com um Fiat Torino.
 
E se estes não bastassem, estão presentes duas equipas Leader, uma delas com a dupla Cramer/Hawkins, que tudo farão para ganhar a corrida e colocar os Vaillantes KO. Estes encontram-se ao volante de dois "Leader Marathon", viatura fabulosa, que 20 anos mais tarde voltaria ser usada num novo álbum de Michel Vaillant sem parecer desactualizada. Para mim é uma das viaturas mais bem conseguidas de Jean Graton.
Por tudo o que descrevi anteriormente, este é o meu álbum favorito de Michel Vaillant, apenas considero dois pontos negativos. Primeiro acho que a prova é tão extensa e interessante que mereceria ser dividida em dois álbuns. Segundo, a capa é espectacular, mas contém demasiados "spoilers", até porque o Bob Cramer é a minha personagem favorita e não me agrada saber do seu destino só olhando para esta.

O álbum tem 40 anos e faz pensar porque é que os Rally de hoje em dia não são assim.

Nota (escala 1 a 10): 9
TheKhan

Sem comentários:

Enviar um comentário