domingo, 21 de julho de 2013

Uma Oferta Irrecusável

















Autor: Jill Mansell
Editora: Saída de Emergência
Chancela: Chá das Cinco
Páginas: 320
ISBN: 9789898032751


Sinopse:
Divertimento rápido, fulminante e fabuloso. Ler este livro é devorá-lo.
NADA CONSEGUIA SEPARAR LOLA E DOUGIE. EXCEPTO A MÃE DELE...Lola não pretendia aceitar o suborno da mãe do seu namorado para pôr um fim à relação com ele. Ainda por cima porque a mãe de Dougie é arrogante e insuportável. Mas depois Lola descobre que uma das pessoas que mais ama está desesperada e a única maneira de a ajudar é ficar com o suborno e partir o coração de Dougie. Dez anos depois, Lola reencontra-se com Dougie e descobre que os seus sentimentos por ele estão mais fortes do que nunca. Ela faria tudo para o ter de volta, mas nunca lhe poderá contar a verdade. Mesmo sendo bonita, persuasiva e infinitamente otimista, será que vai conseguir ultrapassar a frieza dele e reconquistar-lhe o coração?

Opinião:
Lola era uma jovem feliz e apaixonada pelo seu namorado, até que a mãe deste lhe oferece um suborno, para ela acabar com o namoro. Ela acha que Lola não é a pessoa indicada para o seu filho. Inicialmente, Lola recusa a oferta, mas quando uma das pessoas que mais ama, precisa de ajuda, aceita o dinheiro e acaba o namoro.
Passaram-se 10 anos e os jovens namorados, voltam a encontrar-se. Lola, que ainda tem sentimentos por Dougie, decide conquistar novamente o antigo namorado. O único problema é que continua a não lhe  poder contar o motivo porque aceitou o dinheiro.

Lola e Sally (irmã de Dougie e amiga de Lola) são personagens super engraçadas e amalucadas, provocando situações hilariantes e cómicas.  Relativamente a Dougie, gostava que a autora lhe tivesse dado mais importância e mais cenas. Aparece pouco e sempre de fugida.
As restantes personagens, com as suas histórias paralelas, contribuem para enriquecer e completar o enredo.

Uma das características que Jill Mansell já nos habituou, são os finais abruptos e rápidos, que deixam os nossos corações românticos a pedir um pouco mais. No entanto, a autora proporciona-nos uma leitura leve e divertida, através da sua escrita simples e cativante. Embora um pouco previsível, e não sendo o melhor da autora, é sempre um livro com muito sentido de humor, e muito engraçado, que nos leva a dar umas boas gargalhadas e descontrair.

Um dos pontos negativos, que não tem nada a haver com a história em si, é a má tradução do livro. Começa por traduzirem, ou converterem a moeda para o Euro, até ao ponto de numa situação, apresentarem o preço de uma coisa em libras e mais à frente, outra coisa em euros. Existem também, por vezes no mesmo parágrafo, algumas trocas de nomes de personagens. São detalhes que me irritam um pouco quando estou a ler.

De qualquer forma, como já referi em cima, é um livro divertido e engraçado que recomendo.

Nota (escala de 1 a 10): 6
IrishGirl

sábado, 13 de julho de 2013

Os Cinco Suspeitos

 
Autor: Agatha Christie
Editora: Edições ASA
Páginas: 221
ISBN: 972-41-3254-4                          
Série: As Obras de Agatha Christie nº 14
Título Alternativo: Poirot Desvenda o Passado
 
Sinopse:
Hercule Poirot recebe a visita da jovem Carla Lemarchant. Carla tem uma proposta singular a fazer-lhe: quer que o detective investigue um assassínio. Nada seria mais natural para Poirot, não fosse o facto de o crime ter ocorrido há dezasseis anos e de aparentemente ter sido feita justiça. Caroline, a mãe de Carla, acusada da morte do marido, o artista Amyas Crale, foi condenada e sentenciada a uma pena de prisão perpétua: mas acabaria por morrer um ano depois. Entusiasmado com o desafio de resolver um caso aparentemente óbvio e tão carecido de provas, Poirot inicia a investigação. A tarefa revela-se, no entanto, difícil: encobertos por entre os fantasmas do passado estão segredos, mentiras e... cinco suspeitos.

Opinião:
Gosto de pegar num livro de Agatha Christie de vez em quando. É uma autora que nunca me desaponta mas por vezes consegue surpreender-me da melhor maneira possível.


Costumo comprar dois ou três livros da "Duquesa da Morte" por ano. Aproveito alguns momentos mais livres de preocupação para os ler. Sei que a melhor forma de os apreciar é lê-los rapidamente, de forma a não nos distrairmos da história e assim não nos perdermos, não baralharmos personagens e não deixarmos passar aqueles pequeninos pormenores que estão lá escritos e que poderão ajudar-nos a solucionar o crime.

Sim porque Agatha Christie não é apenas uma leitura. É um desafio. É o prazer de nos enveredarmos na escrita, com o detective estudarmos as provas e no fim termos o gosto de pensar - bem me parecia que era este o assassino. Ou então pelo contrário, sermos magistralmente ludibriados pela autora e não ficarmos nem próximos da resolução.

Christie, daquilo que já tive oportunidade de ler, 19 livros, tem obras boas e obras excelentes, "Os Cinco Suspeitos" é uma obra boa.
Poirot é contratado por uma jovem para investigar um crime do passado. Um assassinato cometido e "resolvido" há 16 anos. O pai da jovem Carla é encontrado morto e a mãe é acusada da morte e presa sem nunca ter dado luta em tribunal e combatido a sua sentença.
Mas é quando Carla, aos 21 anos, lê a carta que a mãe lhe escrevera, antes de morrer na prisão, a afirmar a sua inocência, que esta decide recorrer ao extravagante detective Belga.

Poirrot depara-se com cinco suspeitos. E é a investigação dos acontecimentos que levam ao crime, bem como os relatos de cada um dos cinco suspeitos que seguimos ao longo da narrativa. Facilmente conseguimos descobrir que cada um dos suspeitos poderá ser o assassino, mas qual? E será que é mesmo um desses cinco?

Obviamente que não me posso alongar mais na história, com o perigo de contar coisas que não devo. Apenas acrescento que desta vez não cheguei à conclusão de Poirot. Cheguei sim à solução mais óbvia, aquela que me parece que a autora, sub-repticiamente nos quer fazer acreditar, mas que é quase perfeita não faltasse um pequeno pormenor.

Pequenas curiosidades:
Não consigo ler uma história de Poirot sem ver a imagem de David Suchet. É o Poirot perfeito.

O título original do livro é "Five Little Pigs" uma lengalenga infantil que os versos dizem assim:
    "This little pig went to the market.
      This little pig stayed home.
      This little pig had roast beef.
      This little pig had none.
      This little pig cried "Wee, wee, wee, wee!"
      All the way home."

Amyas Crale o pintor assassinado neste livro faz-me lembrar o pintor Robert Oliver de "Os Ladrões de Cisnes" de Elizabeth Kostova. Artistas...

Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Jardim de Alfazema



















Autor: Jude Deveraux
Editora: Quinta Essência
Páginas: 352
ISBN: 9789898228314

Sinopse: 
Jocelyn Minton é uma mulher dividida entre dois mundos. A mãe estudou em colégios particulares e frequentava as melhores salas de chá, mas acabou por casar com o biscateiro local.
Joce tinha apenas cinco anos quando a mãe morreu e, quando o pai volta a casar, a criança sente-se mais só do que nunca - até que conhece Edilean Harcourt, que, apesar de já não ser uma jovem, compreende Joce melhor que ninguém.
Quando Miss Edi morre, deixa à amiga todos os seus bens, incluindo uma histórica mansão do século XVIII e uma carta com pistas para a jovem decifrar um mistério que remonta a 1941. Na carta, Miss Edi também revela que encontrou o homem perfeito para Joce, um jovem advogado. Joce fica chocada ao saber que a mansão e o futuro amor da sua vida se encontram em Edilean, de que nunca antes ouvira falar. Curiosa perante esta reviravolta do destino, Joce muda-se para a pequena cidade, decidida a dar um novo rumo à sua vida.
Em Edilean, todos conhecem a história da jovem e já delinearam o seu futuro, incluindo o homem com quem se deverá casar. Acontece, porém, que Joce tem as suas próprias ideias acerca do homem que terá de conquistar o seu coração e o que fazer aos segredos que ninguém quer ver divulgados. Mas, quando estes se revelam parte da sua própria história, o certo é que a vida parece ganhar uma nova cor...
Em Jardim de Alfazema, Jude Deveraux retrata as paixões, as intrigas e os segredos de uma pequena cidade e dá início a uma extraordinária série centrada em Edilean.

Opinião: 
Este livro conta duas histórias. A história de Jocelyn e de Miss Edi. Entre as duas existe uma diferença enorme de idade, mas mesmo assim as duas são como almas gémeas. Miss Edi é como mãe, avó e amiga para Joce. Quando morre, Miss Edi deixa a Joce uma série de segredos para desvendar e a Mansão Edilean, que fica numa pacata cidade do Sul dos Estados Unidos, onde vive uma comunidade no mínimo peculiar, e onde todos se conhecem, mas da qual Jocelyn nunca ouviu falar.

Com uma escrita bastante fluída e simples, com personagens ricos e bem construídos, e com bastante humor, Jude Deveraux transportou-me para um mundo de mistérios por descobrir, e fez-me ansiar por cada pista que vai aparecendo, para tentar perceber o que aconteceu no passado.

É uma linda história de amor, aliás, são duas lindas histórias de amor. Uma entre Joce e Luke, e Edi e David. Achei muito bonita, e engraçada, a forma como a relação de ódio/amor entre estes dois casais se vai desenvolvendo, e como são idênticas, o que nos leva a perceber o quão parecidas são Jocelyn e Miss Edi.

Jardim de Alfazema é um excelente livro para ler descontraída e rapidamente num dia de Verão, que nos faz sorrir, nos mostra a beleza das coisas simples da vida, e com um final surpreendente e enternecedor. Jude Deveraux passou a ser, sem dúvida, uma autora a seguir.

Nota (escala de 1 a 10): 7,5
IrishGirl

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Cordeiro


Subtítulo: O Evangelho segundo Biff o amigo de infância de Jesus Cristo
Autor: Christopher Moore
Editora: Gailivro
Páginas: 481
ISBN: 9789895577019
 
Sinopse:
Centenas de milhares de pessoas em todo o mundo leram - e releram - a história irreverente, iconoclasta e divinamente divertida da infância de Jesus Cristo, segundo o testemunho do seu amigo de infância, Levi bar Alphaeus (também conhecido por Biff). Agora, também tu poderás descobrir o que realmente aconteceu entre a manjedoura e o Sermão do Monte. Numa nova nota final, expressamente concebida para esta edição, Christopher Moore responde às questões mais colocadas pelos leitores acerca do livro e de si, desde a primeira publicação de Cordeiro. Fresco, divertido, pungente e sábio, Cordeiro tem sido alvo de regozijo para os leitores de todo o mundo.
 
Opinião:
Há assuntos que são mais sensíveis do que outros. Lembram-se certamente da indignação e acesa contestação que a "Última Ceia" do Herman José gerou no programa "Parabéns".
A religião e a fé de cada um, é certamente um dos assuntos mais polémicos quando associados a comédia.
          
Cordeiro, é isso mesmo, é um livro de ficção especulativa, que conta uma interpretação em estilo humorista da vida de Jesus Cristo, desde a sua infância ao Monte Gólgota.
 
É certamente um livro a evitar para seguidores do Cristianismo mais fanáticos ou com pouco sentido de humor no que toca à religião. Mas devo referir que o livro não me parece ofensivo e assim, qualquer pessoa com alguma abertura será capaz de o ler e tirar algum divertimento do mesmo.
 
Esta obra é narrada por Biff, o melhor amigo de Jesua (Jesus Cristo), que foi ressuscitado pelos anjos para contar a estória dos anos em falta nos Evangelhos do Novo Testamento.
 
A narração da vida de Jesua começa de forma brilhante. Numa das cenas mais hilariantes de todo o livro, Biff e Jesua têm 6 anos, e esta cena envolve o irmão mais novo de Jesua, uma pedra, um lagarto e um processo repetitivo. Mais não digo, porque merece ser lida.
 
A amizade de Biff e Jesua vai-se estabelecendo, tornando os dois inseparáveis. A fase inicial do livro, parte I, conta a infância enquanto viviam ainda no seio familiar e está bastante bem conseguida. A paixão de Biff por Maria mãe de Jesua, o aparecimento da amiga de infância Madá (Maria Madalena), as primeiras tentativas de ressurreição, as purificações do primo João Baptista, dão um bom ritmo e interesse à prosa.
 
O problema para mim vem na fase intermédia da obra, parte II, III e IV. Nesta, Biff conta a jornada que Jesua empreendeu em busca dos reis magos e da sua sabedoria. Por esta altura comecei a quebrar o ritmo e perdi muito do interesse na obra.
É uma parte do livro extremamente pateta, para lá de surreal, sem qualquer fundamento histórico, e deslocada do resto do livro. O problema é que se arrasta por 200 páginas. Demónios, concubinas, monges budistas, kung fu e o yeti? Donde é que isto saiu? Adiante...
 
Felizmente não desisti porque o final do livro, parte V e VI, volta ao nível do início. É no cruzamento dos acontecimentos descritos no evangelho de Biff com os Evangelhos do Novo Testamento que o livro ganha força novamente. A descrição do baptismo de Jesua, o seu ministério, os milagres e as parábolas, dão origem a momentos verdadeiramente hilariantes, dos quais destaco a preparação do Sermão da Montanha, a cura dos dois cegos da Galileia e o caminhar sobre as águas.
É nesta fase que o livro se torna uma chatice para as pessoas que nos acompanham, porque quando o estamos a ler, temos constantemente vontade de lhes ler algumas das passagens, interrompendo-os constantemente no que estão a fazer.
 
O que mais me surpreendeu foi a descrição dos últimos dias de Jesus Cristo. Por esta altura  apercebemo-nos de todo o cuidado e respeito com que Moore trata as suas personagens.
O final do livro é assim extremamente cuidadoso, deixando a comédia um pouco de lado, aligeirando a narração e acabando por pecar na rapidez com que termina. Preferia sinceramente que o autor tivesse retirado 50 páginas ao período dos reis magos e aprofundado melhor esta parte.
 
A nota que vou dar a este livro prende-se pela divisão que falei anteriormente. Considero que as partes I, V e VI do livro, apesar de não serem uma obra prima, são muito interessantes e divertidas, para as quais daria facilmente um 7. As partes restantes são tão patetas que não merecem mais do que um 3. 

Nota (escala 1 a 10): 5
TheKhan