sábado, 26 de outubro de 2013

O Terceiro Passo

















Autor: Christopher Priest
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 310
ISBN: 9789728839802

Sinopse:
O Terceiro Passo é uma história de segredos obsessivos e curiosidades insaciáveis. Actuando nas luxuosas salas de espectáculos vitorianas, dois jovens mágicos entram num feudo amargo e cruel, cujos efeitos podem ser ainda sentidos pelas respectivas famílias mais de um século depois. Os dois homens assombram a vida um do outro, levados ao extremo pelo mistério de uma espantosa ilusão que ambos fazem em palco. O segredo da magia é simples, mas para os antagonistas o verdadeiro mistério é outro, pois ambos os homens têm mais a esconder do que apenas os truques da sua ilusão.

Opinião:
O Terceiro Passo, ou O Prestígio, título utilizado na segunda edição deste mesmo livro pela Saída de Emergência, e que é na realidade a tradução do título original, é uma daquelas obras em que segui a ordem contrária ao habitual. Vi o filme, o qual achei excelente em 2009 e só agora li a obra.

E claro que ficamos sempre condicionados pelo que "consumimos" primeiro e por isso mesmo considero o filme melhor.

O livro e o filme têm como base a mesma história, o feudo entre dois mágicos vitorianos, Alfred Borden e Rupert Angier. O livro tem uma abordagem um pouco diferente, visto que introduz e finaliza a história no presente, incluindo personagens que são descendentes dos mágicos e que sofrem ainda com a rivalidade entre os seus famosos bisavós.

A história é contada na perspectiva das quatro personagens, os dois mágicos e os seus dois descendentes, o que no que toca aos mágicos se torna bastante interessante, quando cruzamos as duas visões relativamente a alguns dos acontecimentos marcantes da história. Problema é que, se a narração de Borden vem em jeito de livro e é bastante curta a de Angier é apresentada no formato de um diário e é bastante mais longa, ocupando mais de metade do livro, desequilibrando um pouco a balança, pois o diário torna-se um pouco exaustivo, arrastando-se em alguns momentos.

Este livro ocupou os meus tempos de leitura das últimas duas semanas. Posso dizer que gostei, entreteve-me, mas é um livro que quando o fechei, e me preparei para escrever esta opinião, deparei-me com um certo vazio, lê-se bem, é interessante mas não tem nada que me tenha marcado. Acredito que este sentimento venha muito por culpa de ter visto o filme anteriormente, e que o desenrolar da história perdeu todo aquele "glamour" do mistério e do efeito de surpresa que os truques de magia têm.

As personagens principais, estão tão envolvidas na sua rivalidade e são tão obcecadas que não se tornam apelativas ao leitor. Assistimos ao desenrolar da sua história mas não nos envolvemos sentimentalmente. No fim foi-me perfeitamente indiferente o destino que cada um teve. É certo que a visão bipartida da história, nos permite entender as reacções e decisões que ambos têm e que levam, via teimosia extrema e diálogo nulo, a tomar ao longo do livro. O autor não procura criar heróis mas sim dois seres humanos, com muitos dos defeitos que estes podem ter, mas brilhantes na sua função de ilusionistas.

Uma última palavra para o final do livro, que é bastante perturbador, muito ao estilo de ficção gótica. Interessante, mexe com o leitor mas pareceu-me um pouco deslocado relativamente ao resto do livro.

Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan


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