terça-feira, 26 de novembro de 2013

Royal Flash

















Autor: George MacDonald Fraser
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 258
ISBN: 9789896372774
Série: The Flashman Papers nº 2 de 12

Sinopse:
A sua cobardia só é comparável à sua cara de pau. Harry Flashman tem tudo para ser o maior herói do Império Britânico. E esta é a sua odisseia! Dos salões vitorianos de Londres às fronteiras exóticas do Império, prepare-se para conhecer o maior herói do seu tempo (raios, de todos os tempos!)Após o seu regresso do Afeganistão como herói de guerra, Flashman vê-se envolvido com a bela e perigosa Lola Montez e o malévolo Otto Von Bismarck numa batalha de engenhos que irá decidir o destino de um continente. Dando início a uma aventura épica, o nosso galã embrulha-se numa sucessão desesperada de fugas, disfarces, encontros amorosos e combates singulares que atravessam os salões de jogo e masmorras de Londres para culminar nas salas de trono da Europa. Será que os talentos de Flashman irão salvar o nosso sortudo cobarde das garras de Otto Von Bismarck e da bela Lola Montez?
 
Opinião:
Já o disse numa opinião anterior, sou um adepto de anti-heróis. Flashman é um anti-herói, mas será que por isso sou um adepto deste personagem? Não, nem por isso.

Antes de mais há que situar o autor da obra na cultura popular, George MacDonald Fraser pode à primeira vista ser um nome que nada diz, mas para além da escrita da série Flashman foi também argumentista de vários filmes de Hollywood como por exemplo o "007 Octopussy", "Os Três Mosqueteiros" e "Os Quatro Mosqueteiros".

Quanto ao livro em analise, Royal Flash é o segundo de doze livros escritos por MacDonald Fraser, sobre o maior herói do Império Britânico, ou melhor, o maior canalha, mentiroso, trapaceiro, cobarde e ahh sim bajulador.

Apesar de ser só o segundo livro, parece-me ser o último editado em Português, sendo de 2010 calculo que seja mais uma das muitas colecções que preenchem a minha pequena biblioteca e que ficam por terminar por falta de edição de algumas obras. Mas isto é um desabafo que fica guardado para um dia mais tarde.

O livro em si é uma abordagem diferente ao estilo aventura. Diferente porque o protagonista é alguém que normalmente esperamos que seja corajoso e audaz. Flashman não o é, pelo contrário tenta por tudo fugir à acção e se possível, ainda rouba uma ou duas peças de valor para poder ter dinheiro para gastar nos chamados maus vícios.

A abordagem é interessante, mas peca pelo exagero. É irritante o herói perfeito, cheio de virtudes, que faz tudo bem e mesmo quando as coisas não correm de feição há um acto de enorme felicidade que resolve a contenda a seu favor. Mas também é irritante aquele que é exageradamente cobarde, sem qualquer sentimento nobre, mas que tal como o herói usual é bafejado por uma sorte que resolve tudo a seu favor. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

Os aspectos mais interessantes, e que me prenderam mais ao livro são, pondo um pouco de lado os exageros, os momentos de introspecção que o "herói" tem perante os vários momentos de perigo que vai vivendo ao longo da história. Os receios do que poderá correr mal, as soluções alternativas, todas aquelas dúvidas que os heróis habitualmente não partilham com os leitores. O aspecto humano que seria interessante de obter de alguns personagens clássicos.

Flashman é uma personagem de ficção mas é-nos apresentado como sendo uma figura histórica, o autor conta a sua história de uma forma biográfica, com interessantes anotações que procuram inseri-lo no mundo real. Ao longo das obras ele cruza-se com variadíssimas figuras reais, neste caso em particular temos Otto von Bismarck e Lola Montez.

Resumindo, é um livro levezinho, de leitura fácil e descontraída, com alguns momentos divertidos. Lê-se rapidamente, mas não é nenhuma obra de referência. Se a editora publicasse o seguinte comprava para continuar a colecção.

Curiosidade: Sendo o autor um argumentista de Hollywood era mais do que natural que a sua personagem mais famosa fosse adoptada ao cinema, mais precisamente num filme baseado nesta mesma obra.



O actor Malcolm McDowell no filme "Royal Flash" de 1975.

Nota (escala 1 a 10): 6
TheKhan

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