sábado, 8 de novembro de 2014

Testemunha Muda

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor: Agatha Christie
Editora: Edições ASA
Páginas: 254
ISBN: 9789724148762                         
Série: As Obras de Agatha Christie nº 42
Título Alternativo: Poirot Perde uma Cliente
 
Sinopse:
Quando Poirot recebe uma carta enigmática de uma mulher entretanto já falecida, a sua curiosidade natural impele-o a investigar o caso. Apesar de a morte ter parecido natural a todos, o detective não acredita que a mulher tenha sido vítima de um acidente e continua teimosamente a defender a tese do assassinato. Mas quem teria motivos para cometer tal acto… e capacidade de fazer com que a morte parecesse natural?

Opinião:
Ler Agatha Christie é como navegarmos para um porto seguro. Dentro da sua vasta obra, há livros melhores que outros, mas de uma forma geral são sempre uma leitura agradável.
 
Testemunha Muda é um dos livros mais directos que li desta autora. A história é contada sem grandes rodeios e o caso policial resolvido de uma forma bastante linear.
 
Claro que escrever uma crítica a um livro de Agatha Christie nunca é fácil, porque falar do livro, é abrir uma porta sobre o mistério, e sem querer podemos escorregar e transmitir alguma informação a mais, os vulgares "spoilers".
 
Nesta obra, somos guiados pelo fiel Capitão Arthur Hastings que nos serve de narrador. Hastings é, para quem não está familiarizado com a personagem, o Dr. Watson de Hercule Poirot. Curiosamente nesta obra, Poirot e Hastings em certo momento tratam-se mesmo por Holmes e Watson.
 
Hastings é particularmente crédulo e por vezes irritante na sua narrativa, ao ser tão pouco visionário e teimoso até, sendo demasiado incapaz de acompanhar o "andamento" do genial Poirot, mesmo em coisas que para o próprio leitor se tornam óbvias.
 
Christie utiliza Hastings como narrador da maioria dos pequenos contos policiais de Poirot, mas apenas em 8 dos seus romances sendo "Testemunha Muda" o último antes daquele que será o livro com o derradeiro caso de Hercule Poirot. Em termos de datas de publicação existe um hiato grande, que vai de 1937 a 1975 entre estas duas obras.
 
Quanto ao caso em si, o livro começa com a seguinte frase "Miss Arundell morreu no dia 1 de Maio." o que me facilita bastante a critica, porque ao indicar que Poirot ao longo do livro investiga a morte de Emily Arundell não estou a revelar factos que não sejam óbvios.
 
A variante neste caso. é que quando Poirot se envolve na investigação já passaram 2 meses da morte de Miss Arundell, morte essa que foi testemunhada pelo médico como sendo natural. Então o que leva o famoso detective a envolver-se neste caso? Uma misteriosa carta que lhe é endereçada, escrita pela vítima, mas que só lhe chega às mãos tardiamente.
 
Poirot encontra um testamento com um beneficiário surpreendente e um bando de familiares que estariam desertos de deitar a mão aos bens da falecida. Temos assim ingredientes suficientes para um caso a investigar, sendo que será que Miss Arundell morreu mesmo de causas naturais? Será que há um assassino e que estando à solta poderá provocar mais vítimas?
 
Como a morte de Miss Arundell já faz parte do passado, e como apenas Poirot suspeita da possibilidade de crime, o ritmo deste livro é de alguma forma diferente de outras obras de Christie, a sua narrativa é mais calma e pausada, não existindo aquele efeito de urgência de alguns livros. Isto faz com que tenhamos uma leitura mais descontraída, mas sempre interessada no desenrolar do caso.
 


Um dos elementos mais interessantes da obra é a "Testemunha Muda", Bob o cão de Miss Arundell, "interpretado" pelo cão da foto acima, na adaptação da obra para filme. Alguns dos momentos mais engraçados do livro dão-se quando Hastings o nosso narrador dá voz a Bob nas suas interações com os dois personagens principais do livro.
 
Em suma, um livro interessante, com um caso leve de Poirot, mas sempre envolvente.
 
Nota (escala 1 a 10): 7,5
TheKhan
 

Sem comentários:

Enviar um comentário