O Pássaro de Peito Vermelho

Autor: Jo Nesbø

Editora: Dom Quixote

Páginas: 559

ISBN: 9789722037686                         

Série: Harry Hole nº 3

Sinopse:

É sem dificuldade que o autor se move por entre os últimos dias da Segunda Guerra Mundial, na frente oriental, e na actual cidade de Oslo, arquitectando uma complexa história de assassinato, vingança e traição. O inspector Harry Hole, um alcoólico em recuperação e recentemente transferido para o Serviço de Segurança Pública norueguês, fica de vigiar Sverre Olsen, um neonazi corrupto que escapou à condenação devido a um pormenor técnico. Mas o que começa por ser uma missão com o intuito de colocar Olsen atrás das grades, rapidamente passa a ser uma corrida contra o tempo para impedir um assassinato. À medida que Hole se esforça para permanecer um passo à frente de Olsen e do seu gang de skinheads, Nesbø leva o leitor de volta à Segunda Guerra Mundial, onde os noruegueses que lutam a favor de Hitler tentam equilibrar uma guerra destinada à derrota na frente oriental. Quando as duas linhas de acção finalmente colidem, cabe a Hole travar um homem decidido a levar a cabo a execução de um plano letal elaborado há meio século nas trincheiras de Leninegrado.

Opinião:

Tenho andado desanimado com as minhas leituras. A dúvida que se levantava, era se pela qualidade ou tipo de obras que tenho lido ou se por estar a precisar de fazer um intervalo nas leituras e dedicar-me a outros passatempos.

Estive a rever as minhas leituras desde o início do ano, e apesar de nem todos os livros que li serem medianos, os melhores por alguma razão não me agarraram por aí além. Em boa hora peguei neste livro que é o primeiro que leio deste autor.

Não que seja um autor extraordinário, escreve bem mas não se encontra ao nível de um clássico, mas acima de tudo é um livro que prende, dá vontade de lhe pegar e chegar ao fim para acompanhar a resolução do mesmo e isso era algo que já não me acontecia há alguns meses.

Nesbø ao bom estilo dos autores nórdicos, apresenta-nos um ambiente sombrio, frio e realista. Isso ajuda a convencer-me, farto estou eu de ambientes perfeitos em livros ou filmes alindados para conquistar um grupo de adeptos mais vasto.

A narrativa está bem conseguida, o ritmo é rápido mas equilibrado, mesmo quando o autor balança entre dois cenários, o presente e os acontecimentos passados durante a 2ª Guerra Mundial. Para isso contribuem os capítulos breves, que nos leva a quando estamos a pousar o livro verificar o tamanho do capítulo seguinte e resolvermos avançar na leitura em vez de fazermos uma pausa.

A narração relativa aos acontecimentos na 2ª Guerra Mundial é por vezes difícil de acompanhar, algumas vezes tive de voltar atrás, para ver se algo me estava a escapar, isto porque muita coisa fica por explicar. De uma forma brilhante, o autor no final do livro premeia a paciência do leitor e ajuda a explicar quase todas as dúvidas criadas.

Outro dos aspectos que achei muito positivo nesta obra são as personagens, que de uma forma geral são apelativas ao leitor, começando por Harry Hole, o protagonista desta série, que me foi conquistando ao longo da obra, não fosse ele um anti-herói. As personagens femininas são interessantes, o velho e alguns dos militares combatentes também têm características que não nos deixam indiferentes e os vilões mexem com o leitor também. Para eu gostar de um livro é necessário que as personagens e os seus destinos me interessem, o que se verificou neste livro.

Para além disso houve momentos da narrativa que me marcaram, como o são exemplo o monólogo de Hole com o gravador de chamadas ou a forma como as peças do puzzle são coladas no final do livro.

Este final foi algo de que me fui aproximando com alguma preocupação. Como me estava a agradar receei que a resolução pudesse ser disparatada e tirar qualidade ao livro, mas pelo contrário ajudou que ainda o valorizasse mais. Para além disso algumas coisas ficaram por resolver. A série continua.

Nota (escala 1 a 10): 8
TheKhan