sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Encontro com a Morte

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor: Agatha Christie
Editora: Edições ASA
Páginas: 206
ISBN: 9789724128153                         
Série: As Obras de Agatha Christie nº 7
 
 
Sinopse:
Por entre as ruínas antigas de Petra, na Jordânia, jaz morto o corpo de Mrs. Boynton. Uma pequena marca no pulso é o único vestígio da injecção que a matou. Com apenas vinte e quatro horas para descobrir o assassino, Hercule Poirot relembra um comentário que ouvira por acaso, ainda em Jerusalém: “Compreendes que ela tem de ser morta, não compreendes?”. Profundamente odiada, principalmente pela sua própria família, Mrs. Boynton era uma mulher cruel e a sua morte é um alívio para todos os que viviam subjugados pelo seu poder.Os familiares sentem-se finalmente livres e pedem a Poirot para não iniciar a investigação. O detective terá de lutar contra o tempo e a vontade de todos, para resolver o mistério da morte de uma das pessoas mais detestáveis de que alguma vez ouvira falar.

Opinião:
Encontro com a Morte é possivelmente o livro mais fraco que li de Agatha Christie. É um livro que entretém mas falta-lhe o brilhantismo de outras obras.

Aqui acompanhamos Poirot numas certamente merecidas férias pelo Médio Oriente, resultado das viagens por esta zona do mundo feitas pela autora em companhia do seu marido, o arqueólogo Max Mallowan.
Poirot só tem intervenção a partir do meio do livro. Na parte inicial acompanhamos a família Boynton nas suas férias e vamos tomando consciência do caracter da matriarca Mrs. Boynton e dos seus oprimidos familiares. Mrs. Boynton está muito bem caracterizada, pois cria mesmo aversão aos leitores, tanto que quando morre, eu no papel de leitor fiquei com o desejo de que não havia necessidade de resolver o crime. Justiça estava aparentemente feita. O livro começa com a frase “Compreendes que ela tem de ser morta, não compreendes?” e o leitor páginas mais tarde responde "sim". E este é um daqueles casos, pequeno spoiler à frente, em que a autora dá razões aos críticos que dizem que o "mau da fita" é sempre a personagem mais execrável.

Christie limita Poirot, talvez pelo cansaço demonstrado pela personagem nesta fase da sua carreira. Encontramos menos dos seus típicos maneirismos, o detective fica com um intervalo temporal de 24 horas para resolver o mistério e parece superficial na sua investigação. As habituais entrevistas com os intervenientes na história são extremamente curtas e não há nenhum indício bombástico, inclusive o deslindar do caso não é particularmente emocionante.

A evidência de que a obra não é das mais bem conseguidas é que a própria Agatha Christie, quando em 1945 adapta o livro a uma peça de teatro, altera completamente a história, retirando inclusivamente Poirot e alterando o assassino bem como as motivações das personagens. Também na série com David Suchet o argumento é bastante diferente.

Curiosidade: "Appointement with Dead" é o sexto e último filme em que Peter Ustinov vestiu a pele de Hercule Poirot, neste filme acompanhado por Lauren Bacall e a "Princesa Leia" Carrie Fisher.
 
Nota (escala 1 a 10): 6
TheKhan

Sem comentários:

Enviar um comentário