quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A Ferro e Fogo

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor: Simon Scarrow
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 548
ISBN: 9789896372439
Série: Revolution nº 3 de 4
 
Sinopse:
Nos primeiros anos do século XIX, Arthur Wellesley (mais tarde conhecido como o Duque de Wellington) e Napoleão Bonaparte são homens de génio militar reconhecido. Wellesley acaba de regressar da Índia, onde a sua coragem e talento impressionaram grandemente os seus superiores. Irá enfrentar obstáculos e muitas tribulações a nível político antes de se envolver militarmente em Copenhaga, depois Portugal e Espanha. Napoleão, proclamado como Imperador, está afirmar o seu controlo sobre a Europa com o objectivo final de despedaçar o seu inimigo do outro lado do Canal: a Grã-Bretanha. Está iminente o confronto face a face entre ambos os militares mas apenas um homem emergirá vitorioso.
 
Opinião:
Esta série é complicada. São livros que apresentam um tema que me agrada, mas por serem romances quase biográficos das duas personagens históricas, demoro um tempo exagerado a lê-los. Se no livro anterior demorei três semanas neste demorei quatro.
 
Com isto não quero dizer que o livro seja mau. De maneira nenhuma, mas cada uma destas obras, com cerca de 500 páginas, abrangem períodos largos e bastantes eventos que necessitam de uma descrição constante do ambiente físico e social, de forma a colocarem o leitor "dentro" do assunto. A descrição constante, acaba por quebrar significativamente o ritmo de leitura, sempre que se verifica um salto da história de um personagem para o outro, o que normalmente acontece 3 em 3 capítulos, num livro que tem aproximadamente 50. Assim a leitura torna-se mais lenta.
 
Quanto a este livro em si, o terceiro capítulo destas biografias romanceadas, é um momento de viragem. É o começo do declino de um e o início da ascensão do outro. O autor aprofunda ainda mais as diferenças que criou do primeiro para o segundo livro. Napoleão está ainda mais vilão e Wellesley cada vez mais heróico.
 
Como disse George Orwell, a história é escrita pelos vencedores, e ainda mais sendo o autor Britânico, nota-se neste livro um contraste enorme que torna os capítulos finais sobre Napoleão um verdadeiro desconcerto. O próprio autor na nota final indica que, por os aspectos positivos da governação de Bonaparte só se verificarem mais tarde, apenas se focou nos negativos.
 
O que realmente incomoda, é que os capítulos de Napoleão tornam-se num festival de erros e disparates, ao ponto do leitor pensar como é possível ele se ter mantido no poder tantos anos, se não fazia nada certo. É verdade que o poder pode muito bem corromper o juízo, mas tem de haver algum equilíbrio, o homem era um estratega militar absolutamente brilhante, mas o autor apenas foca o que de mais negativo fez.
 
Por outro lado, Wellesley é um gentleman, quase perfeito apenas só falhando na vida amorosa. O desenvolvimento da sua história torna-se muito mais interessante, o que faz com que por vezes desejemos saltar os capítulos de Bonaparte para continuar a história do Irlandês.
 
Em suma é um livro que cobre um período da história que acho fascinante, até porque é neste volume que começa a ser contada a história das Guerras Peninsulares. É uma leitura que nos vai mantendo interessados mas que nunca fascina, bom para ir lendo com calma.
 
Agora falta apenas a última parte, que espero que por ser a conclusão tenha outro ritmo. Se o primeiro livro me agradou mais, espero que o último também o faça, e que o segundo e o terceiro livro sejam mais fracos por serem capítulos intermédios de uma história no qual não têm nem princípio nem fim.
 
Nota (escala 1 a 10): 6
TheKhan

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Tudo o que ficou para trás

















 
Autor: Nora Roberts 
Editora: Saída de Emergência
Chancela: Chá das Cinco 
Nº Páginas: 352
ISBN: 9789897101113

Sinopse:
Uma história apaixonante sobre confrontar o passado e saciar um antigo desejo de vingança.
Aos vinte e cinco anos, a Princesa Adrianne tem uma vida que a maioria das pessoas invejaria. Mas a sua postura de menina linda, elegante, rica e mimada é um artifício, um esforço cuidadosamente calculado para esconder uma perigosa verdade e um trágico passado.
Há uma década que Adrianne vive com desejo de vingança. Durante a infância apenas pôde assistir à crueldade escondida atrás da fachada do casamento de conto de fadas dos pais. Agora tem o plano perfeito para fazer o seu pai pagar a crueldade que cometeu: irá apoderar-se de O Sol e A Lua, um lendário colar de valor inestimável.
Contudo, conhece um homem que parece adivinhar todos os seus segredos. Inteligente, encantador e enigmático, Philip Chamberlain tem os seus próprios motivos para se aproximar de Adrianne. E só demasiado tarde ela se aperceberá do perigo… quando se vê obrigada a enfrentar dois homens extraordinários: um com o conhecimento para lhe roubar a liberdade, o outro com o poder para lhe roubar a vida. 

Opinião:
Neste livro, Nora conta-nos a história da Princesa Adrianne, filha do Rei de Jaquir (país ficcional de origem árabe) e de uma famosa actriz de Hollywood, Phoebe Springs. Adrianne, ou Addy, tinha tudo para ser feliz, mas quando se apercebe do ódio e do desprezo que o pai tem pela mãe e por ela, percebe desde muito cedo, que o mundo não é um conto de fadas. Depois de terem fugido à repressão do Rei de Jaquir, Addy vê a mãe a destruir-se lentamente, e é obrigada a crescer para se defender na vida e ajudar a mãe, e prometeu vingar-se do pai.

A história deste livro não é só sobre Addy, fala-nos também de Philip Chamberlain, um ladrão profissional que se aposentou e trabalha agora para a Interpol, que tem como missão apanhar um famoso ladrão que se chama O Sombra. As vidas de Addy e Philip dois cruzam-se e a história fica mais interessante.

Philip é uma personagem interessante, o ladrão que roubava para melhorar a vida da mãe, e dele claro, mas não é uma pessoa má. Rouba só aos mais ricos. Tipo Robin Hood. Addy é uma personagem mais intensa. É uma mulher inteligente mas sofrida, com medo de sentir emoções.

A escrita é bastante fluída e o enredo desta história desenvolve-se um pouco lentamente no início, mas quando se chega à acção propriamente dita, o ritmo é bastante rápido. 

Apesar de se notar que é um livro escrito nos anos 80, um ponto interessante, mas que nos provoca uma certa revolta, neste livro, são as diferenças de cultura/religião entre a cultura ocidental e árabe. Um tema muito actual, nem sempre pelas melhores razões.

Não sendo dos melhores que já li da Nora, é um livro com uma história interessante, com muito romance e suspense que se lê muito bem.

Nota (escala de 1 a 10): 6,5
IrishGirl

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

The Grand Duke

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Argumento: Yann
Desenho: Romain Hugault
Editora: Archaia
Páginas: 144
ISBN: 978-1936393473
Língua: Inglês, original em Francês (Le Grand Duke)
 

Sinopse:
The Eastern Front during WWII: Oberleutnant Wulf, a young Luftwaffe pilot, is horrified by Nazi barbarism and at odds with his fellow pilots, even as he finds himself taking to the skies to fight the infamous “Night Witches” — the 588th Night Bomber Regiment, the most decorated female unit in the Soviet Air Force. Motivated only by his desire to return home to his daughter, Romy, Wulf tries to survive the increasingly desperate and ferocious Eastern Front, while Lilya, the “Red Witch,” leads her comrades against the German invaders. A Romeo-and-Juliet story set against the backdrop of WWII aerial dogfights.
 
Opinião: 
Ler banda desenhada em Portugal não é fácil, a 9ª arte parece restrita a um pequeno grupo de fãs, o resto é tudo "Tio Patinhas". Encontrar livros diferentes dos "heróis" habituais é complicado, pouco é traduzido e se gostamos, ou pesquisamos na net, ou temos a sorte de encontrar algo nos expositores das poucas livrarias de especialidade que vão existindo.
 
 
Com "The Grand Duke" foi isso que me aconteceu, numa passagem fugaz pela BDMania descobri esta obra que logo me chamou à atenção, não só por interesse no ambiente em que se passa a história, mas principalmente pelo aspecto visual.
 
Este livro segue uma perspectiva pouco usual na história da 2ª Grande Guerra Mundial. Ao contrário do herói aliado, que combate os desumanos Nazis ou fanáticos Japoneses, seguimos uma história na Frente Russa, com dois protagonistas principais, ambos pilotos de aviões de combate. Wulf um piloto da Luftwaffe, anti-nazi, sim porque também os havia, a História tem a tendência a colocar todos no mesmo saco, mas a verdade é que havia quem pensasse de forma diferente. E Lilya uma "Night Witch". Para quem não sabe o que são as Night Witches e tem algum interesse em aviões e combate aéreo nesta era, aconselho a uma pesquisa pela internet.
 
Ambos os pilotos são altamente credenciados e extremamente eficazes, mesmo se os motivos que os movem em combate são bastante diferentes. Wulf, apesar de odiar Hitler e o Terceiro Reich, apenas se preocupa em fazer o seu trabalho, poder voltar para casa e para a sua filha Romy. Lilya combate fervorosa e eficazmente os invasores, que ao longo do desenrolar do livro lhe darão ainda mais razões para os combater.
 
Assim e com toda a naturalidade e previsibilidade, os dois protagonistas irão cruzar-se ao longo das páginas deste livro e tal como a sinopse indica, daí nasce uma história ao estilo "Romeu e Julieta". E é bom começar por aí, porque esse é certamente o aspecto mais fraco do livro. O autor de uma forma muito correcta e aprazível, ocupa uma grande parte do livro na apresentação aprofundada das personagens, mas o "caso amoroso" é mais como um estalar de dedos, é abrupto e transparece um aspecto mais carnal que paixão platónica. O romance torna-se na única parte da história que deixa pontas soltas, como que parece um script que teve de ser encurtado pelo meio o seu desenvolvimento não nos foi dado a conhecer.
 
 
Mas fora isso há muito de positivo a dizer sobre este livro, e para os amantes de aviões só me apetece dizer o seguinte: comprem o livro e fiquem maravilhados com os desenhos.
 
Romain Hugault é sem dúvida um nome a reter. Os cenários de guerra estão fabulosos e os aviões estão fotograficamente perfeitos. É um prazer enorme ver o detalhe como os Focke-Wulf, os Heinkel e os Polikarpov entre outros, estão desenhados. O desenho não só é pormenorizado como até sem palavras, consegue transmitir-nos as ideias e o carácter das personagens.
 
Se a nível de cenário é soberbo, ao nível das personagens não me convenceu tanto, estes parecem-me demasiado atarracados e por vezes tive alguma dificuldade em distinguir as personagens. Quanto às femininas são, na minha ótica, demasiado pin-ups, mas se visitarem a página do desenhador perceberão que é um padrão. No fundo são todos demasiado saudáveis para o mundo em que vivem.
 
Em suma, é um livro que me agradou e ainda bem que o encontrei. É extremamente verosímil, elegante e apesar de tratar de um assunto forte como a guerra não é demasiado explícito na violência visual. A história é sólida e cativante, apenas achando que o romance está um pouco colado a fita cola. A realidade das duas frentes está muito bem apresentada e consegue transmitir bem a opressão vivida em ambos os regimes.
 
Pena ser um livro isolado, mas são autores que me despertaram o interesse em procurar outras obras.
 
Esta é daquelas críticas que atingirá uma minoria extremamente pequena, mas se ajudar alguém a descobrir este livro e a lê-lo já me dou por satisfeito.
 
Nota (escala 1 a 10): 7
TheKhan